O Ponto G do Shopping
Ordenaram-me que parasse pois alguém tinha acabado de descobrir o ponto G na palavra Shopping. E não é que parei mesmo!? É que tornava-se urgente reflectir sobre a minha impaciência quando alguém me obriga a entrar e a sair, várias vezes, em várias lojas do mesmo shopping, à procura de algo que nunca sei muito bem o que é. Tornava-se inadiável analisar o meu título de forreta porque primeiro olho para o preço e só depois pondero se deverei ou não comprar. Tornava-se imperioso averiguar a minha incompreensão perante os factores que motivam as mulheres a insistirem na sua louca relação com as lojas, com o entrar, com o tirar das prateleiras, com o vestir ou calçar em frente a espelhos e luzes concebidos para adelgaçar, com o despir, com o atirar para as prateleiras cada vez mais desarrumadas, com o voltar e repetir na mesma ou na loja mesmo ao lado a mesma sequência, com os sacos meios de alguma coisa porque fica mal andar sem coisa alguma, com as compras, enfim, com o Shopping.
Está justificado. Foi lá que lhes descobriram o ponto G, e o ponto G justifica tudo. Eu sou o impaciente, o forreta, o insensível que precisa de mudar de postura. Com pontos “Gês” não se brinca! Ou antes… brinca-se mas com parcimónia.
O ponto G é a razão porque se compra uns sapatos quando a intenção ou a missão para o dia era a de comprar um vestido. O ponto G justifica porque se compra um vestido por duzentos quando o orçamento para o mês era de cem. O ponto G torna razoável a atitude de comprar uma camisola com padrões estranhos porque no dia anterior se comprou, estranhamente, uns sapatos que não ficam bem com nenhuma das peças de roupa, arrumadas nas inúmeras arcas que se tem lá em casa. O ponto G explica porque no final de se armar a confusão em 50 lojas diferentes, experimentando 50 vezes o mesmo vestido ainda se seja sóbrio ao ponto para fazer, pela quinquagésima vez, uma pergunta demasiado simples: “Achas que me vai ficar bem?”. O ponto G é razão e mais do que razão para se entrar numa loja sem se saber o que esta tem para vender. O ponto G justifica que nos sentemos numa explanada apinhada e peçamos algo de beber quando na verdade nos apetece algo para comer. O ponto G motiva a compra de qualquer livro porque os livros de hoje têm desenhos muito coloridos e sugestivos…
Está justificado. Foi lá que lhes descobriram o ponto G, e o ponto G justifica tudo. Eu sou o impaciente, o forreta, o insensível que precisa de mudar de postura. Com pontos “Gês” não se brinca! Ou antes… brinca-se mas com parcimónia.
O ponto G é a razão porque se compra uns sapatos quando a intenção ou a missão para o dia era a de comprar um vestido. O ponto G justifica porque se compra um vestido por duzentos quando o orçamento para o mês era de cem. O ponto G torna razoável a atitude de comprar uma camisola com padrões estranhos porque no dia anterior se comprou, estranhamente, uns sapatos que não ficam bem com nenhuma das peças de roupa, arrumadas nas inúmeras arcas que se tem lá em casa. O ponto G explica porque no final de se armar a confusão em 50 lojas diferentes, experimentando 50 vezes o mesmo vestido ainda se seja sóbrio ao ponto para fazer, pela quinquagésima vez, uma pergunta demasiado simples: “Achas que me vai ficar bem?”. O ponto G é razão e mais do que razão para se entrar numa loja sem se saber o que esta tem para vender. O ponto G justifica que nos sentemos numa explanada apinhada e peçamos algo de beber quando na verdade nos apetece algo para comer. O ponto G motiva a compra de qualquer livro porque os livros de hoje têm desenhos muito coloridos e sugestivos…
Bem... O ponto G motivou-me neste momento e olhem que é difícil motivar uma pessoa impaciente, forreta e insensível.
1 Bocas:
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